O crédito é uma ferramenta que pode ajudar os empreendedores a realizarem seus projetos, expandirem seus negócios ou enfrentarem situações emergenciais. No entanto, é preciso saber usar o crédito de forma responsável e inteligente, para evitar endividamento excessivo e comprometimento da saúde financeira.
Neste artigo, vamos explicar o que é o crédito privado, como ele funciona, quais são as vantagens e os riscos de investir nessa modalidade de renda fixa e quais são as dicas para escolher os melhores títulos de dívida de empresas.
O que é crédito privado?
Crédito privado é um tipo de emissão de dívida feita por empresas que buscam recursos para tornar possível um projeto, expansão de negócios ou por necessidade de capital de giro na operação. Ao investir nessas emissões, o investidor está emprestando dinheiro às empresas em troca de uma remuneração.
Os títulos de crédito privado mais conhecidos são as debêntures, que podem ser simples ou incentivadas. As debêntures simples são aquelas que pagam imposto de renda sobre os rendimentos, enquanto as incentivadas são isentas de IR, pois são emitidas por empresas do setor de infraestrutura.
Existem também outros tipos de títulos de crédito privado, como as notas promissórias, os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e os certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).
Como funciona?
O crédito privado funciona como um empréstimo entre o investidor e a empresa emissora do título. O investidor compra o título pelo valor nominal e recebe periodicamente os juros acordados, que podem ser prefixados (definidos no momento da compra), pós-fixados (atrelados a um indicador como o CDI ou a Selic) ou híbridos (uma combinação dos dois).
No vencimento do título, o investidor recebe o valor nominal investido corrigido pela inflação, se houver. Os títulos de crédito privado podem ter prazos variados, desde alguns meses até mais de 10 anos.
Quais são as vantagens do crédito privado?
A vantagem do crédito privado é obter rentabilidade maior que títulos públicos ou bancários, como CDB, LCI e LCA. Isso porque as empresas costumam oferecer taxas mais atrativas para captar recursos no mercado.
Outra vantagem do crédito privado é a diversificação da carteira de investimentos, pois permite ao investidor ter exposição a diferentes setores da economia e reduzir a dependência dos títulos do governo e dos bancos.
Além disso, o crédito privado pode ser uma forma de apoiar o desenvolvimento econômico e social do país, pois contribui para o financiamento de projetos importantes nas áreas de infraestrutura, energia, saneamento, educação, saúde e outras.
Quais são os riscos?
O principal risco do crédito privado é o risco de crédito, ou seja, o risco de a empresa emissora do título não honrar seus compromissos financeiros e deixar de pagar os juros ou o principal ao investidor. A classificação de risco (rating) das empresas avalia esse risco, indicando a probabilidade de as empresas cumprirem suas obrigações.
Outro risco do crédito privado é o risco de liquidez, que é a dificuldade de vender o título antes do vencimento caso o investidor precise resgatar seu dinheiro. Os títulos de crédito privado costumam ter uma liquidez menor do que os títulos públicos ou bancários, pois dependem da oferta e da demanda no mercado secundário.
Por fim, há também o risco de mercado, que é a variação do preço dos títulos em função das condições econômicas e das expectativas dos investidores. Os títulos prefixados e os híbridos tendem a sofrer mais com esse risco do que os pós-fixados.
Quais são as dicas para investir?
Para investir em crédito privado com segurança e rentabilidade, é importante seguir algumas dicas:
Conheça o seu perfil
- Conheça o seu perfil de investidor e defina seus objetivos financeiros. O crédito privado é mais indicado para investidores com perfil moderado ou arrojado, que aceitam correr mais riscos em busca de maiores retornos. Além disso, é preciso ter um horizonte de longo prazo e não precisar do dinheiro antes do vencimento dos títulos.
Estude as características dos títulos antes de comprar
- Analisar a taxa de juros oferecida, o prazo de vencimento, a forma de remuneração (prefixada, pós-fixada ou híbrida). A periodicidade dos pagamentos (mensal, semestral ou anual). A existência ou não de garantias (como alienação fiduciária ou penhor) e a classificação de risco da empresa emissora são fundamentais.
Diversifique sua carteira com títulos de diferentes empresas e setores
- Assim, você reduz o risco de concentrar sua exposição em uma única fonte de renda e aumenta suas chances de aproveitar as oportunidades do mercado.
Acompanhe o desempenho dos seus investimentos
- É importante monitorar a rentabilidade dos seus títulos e compará-la com outros ativos da mesma classe como o CDI ou o IMA-B. Além disso, é necessário considerar as mudanças econômicas e perspectivas das empresas para decidir sobre os títulos.
Conte com a ajuda de especialistas
- Investir em crédito privado pode ser complexo e exigir conhecimento técnico e experiência. Por isso, é recomendável contar com o auxílio de profissionais qualificados e plataformas confiáveis que possam orientá-lo na hora de tomar suas decisões.
O crédito privado é uma opção interessante para quem busca aumentar sua rentabilidade na renda fixa sem abrir mão da segurança. No entanto, é preciso saber usar o crédito com responsabilidade e inteligência, pois há riscos envolvidos nesse tipo de investimento.